quarta-feira, 15 de junho de 2011

Em Qualquer Todo Lugar

Mergulhando no vazio das coisas cheias, afundando n'um rio envasado de profundezas. De encontro a mim, em meio à vida e suas belas raízes. De tantas cores, ruas e veredas. De muitas escolhas, esquinas, destinos, vitrines e ruelas. Na imensidão de amores, amigos, carinhos e desafetos. Em meio. Em torno. Na frente daquilo, atrás do escondido, ao lado do reprimido. Desprezando o novo e admirando o antigo. Na distancia do Chile a Belize, percorrendo Moscou a Toscana. N'um espaço
vivo.
vivido
vívido.

Lugares cheios ou vazios. Desconhecidos, mortais, pacíficos ou desfavorecidos. Na consciência, um mundo
tão grande, a ser assim chamado. Se literatura fosse, seria nessa dispensável comparação, o mais complexo dos sonetos, ou impossíveis decassílabos monossilábicos. Eu bendigo as coisas belas dessa grandeza no meu mundo consciente, onde luzes de neon dão vida aos lugares, onde parques estão cheios no verão, onde boa música é escutada aos quatro cantos e o silêncio se faz nas horas certas.

Estúpida idéia de felicidade-espaço a ser encontrada nos ares a fora. Me alimentei na idéia de esvoaçar por melhores locais, tardemente sucumbi no fato de que nada me bastaria. Me entresteci ao adormecer a cada noite e acordar a cada Sol na repetida realidade. Então me calou a boca o mesmo ar. Me baixou a cabeça o mesmo rosto. Me parou os pés as mesmas vozes.

Me derramou uma lágrima o mesmo quarto.
Me derramou a segunda lágrima a mesma cor.
Me derramou a terceira lágirma o mesmo Sol.
Me derramou a quarta lágrima a mesma flor.
Me derramou no chão a mesma falta.
Na alma, me fez sentir a dor.

Eu sinto. Eu sinto muito por saber de  todo esse mundo. Apreciar a grandeza dos sorrisos, das flores ou das borboletas. O belo não me falta. De tudo que pode ser. De tudo, quase pouco. Ou do nada que muito é. De poder ouvir, falar, tocar, e perceber. Meu dedos, que a terra há de abraçar um dia, poderiam chorar em desilusão ao confessar que felicidade não há. Me sobrando o mesmo fiasco de esperança que me diz, algum dia, na mais improvável condição, algum sorriso me ensinará a viver.

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