domingo, 28 de agosto de 2011

Letras Miúdas

Se eu fosse um versinho, queria que tu me colocasse no bolso. No bolso da tua calça ou da tua blusa. No bolso da tua bolsa ou entre teus dedos. Na tua mão.

Queria que em ti, me carregasse sempre. Me lesse em voz baixa e me recitasse em alto tom. Das minhas palavras recordasse e que minhas confissões te alegrassem. Que minhas vírgulas te deixassem com pressa e que meus pontos te fizessem olhar para trás. Que meus erros fossem apenas os erros da caligrafia mal feita. Que as palavras mal explicadas fossem só as falhas da caneta já muito usada, onde os personagens de estrofes passadas consistem somente em assinaturas nas datas antigas.

Teria minhas letras enroladas em formato de flor. Para ti daria a minha beleza da forma mais direta: as palavras mais bonitas. Te embebedaria das mais sinceras, em ordem sem coerência, com sentido de amor.
 
Me faria em você uma canção para não ser esquecida. Me escreveria da forma que me dou. Terminando em reticências, aquele verso que finjo que sou...

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